Alice Portugal denuncia retrocessos na cultura
Ex-presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, a deputada Alice Portugal participou de audiência pública realizada pelo Colegiado, na tarde desta terça-feira (24). Na ocasião, Alice criticou a extinção e a posterior recriação do Ministério da Cultura pelo governo de Michel Temer e ainda denunciou o prefeito de Salvador, ACM Neto, que quer nomear pessoas ligadas ao seu grupo para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com o objetivo de vender o Centro Histórico da capital baiana.
“Esse é um momento histórico para a cultura brasileira. Ao mesmo tempo em que este governo golpista recria o Ministério da Cultura, absolutamente desidratado e despersonalizado, esta Comissão realiza uma vigorosa audiência que daqui sai uma saudação para todas as ocupações e lutas no Brasil pela cultura. Soubemos hoje que o prefeito do DEM, em Salvador, quer o Iphan para vender o Centro Histórico da nossa capital. Ele quer gentrificar e expulsar os pobres, essa é a realidade que está posta aos soteropolitanos”, disse Alice.
A audiência contou com a presença de representantes de movimentos culturais que garantiram que vão manter a ocupação de prédios públicos em defesa do Ministério da Cultura. Integrante da Frente Nacional do Teatro, Fernando Yamamoto afirmou que esta é a maior mobilização do setor cultural já realizada no país e atinge todos os estados. “São ocupações pacíficas, poéticas e afetivas diante de atos policialescos de um governo golpista”.
Também participaram da audiência pública o mamulengueiro Chico Simões e os músicos Tico Santa Cruz e Silvério Pontes, que tocou, no trompete, a música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, oferecendo a canção para o deputado Marco Feliciano que chamou os artistas brasileiros de vagabundos.
Sob os gritos de “golpista”, “fascista” e muitas vaias, Feliciano adentrou ao plenário da audiência e, depois de ser rechaçado pelos movimentos da cultura, foi buscar reforço e levou para o evento os deputados Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, que encenaram uma provocação desnecessária no local.
Fonte: Site da deputada
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