Bobô parabeniza mulheres e a luta contra a reforma da Previdência
Para marcar o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o deputado estadual Bobô (PCdoB) destacou, na Assembleia Legislativa, a luta contra a reforma da Previdência do governo Temer. “Quero felicitar as baianas e as brasileiras por essa data tão especial, reforçando minha admiração pela força da mulher na luta por igualdade e pelo fim da violência. O meu mandato está à disposição de pleitos tão justos”, afirmou.
O parlamentar reforçou as teses do PCdoB e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) contra a proposta. “Ao lado do Bolsa Família, a Previdência é o maior programa de distribuição de renda e redução da pobreza no Brasil. Na maioria dos municípios, a economia se movimenta com a renda das pessoas com mais de 60 anos”, pontuou
Bobô enfatizou que não é a idade da aposentadoria das pessoas que gerou o deficit tão falado. E listou dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), mostrando os superavits sucessivos: R$ 59,9 bilhões em 2006; R$ 72,6 bi em 2007; R$ 64,3 bi em 2008; R$ 32,7 bi em 2009; R$ 53,8 bi em 2010; R$ 75,7 bi em 2011; R$ 82,7 bi em 2012; R$ 76,2 bi em 2013; R$ 53,9 bi, em 2014. Mesmo em um cenário difícil, 2015 também foi positivo. O gasto com Seguridade Social (aposentadorias, benefícios sociais e despesas do Ministério da Saúde) foi de R$ 631,1 bilhões. As receitas foram de R$ 707,1 bi. Superávit de R$ 76 bilhões.
O comunista frisou que o maior problema é a sonegação. “Segundo a ANFIP, alcança R$ 1 trilhão de reais. Aliás, uma entidade que defende a reforma é a poderosa Fiesp, de São Paulo. Só o seu dirigente, o empresário Laodse de Abreu Duarte, sonegou R$ 6,9 bilhões, lhe valendo o apelido de maior sonegador do Brasil. Levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, responsável pela cobrança dessas dívidas, mostra que os maiores devedores da Previdência acumulam dívida de R$ 426,07 bilhões. Grandes empresas estão entre eles, como a mineradora Vale (R$ 275 milhões), a JBS, da Friboi, com R$ 1,8 bilhão, Caixa Econômica (R$ 549 milhões), Bradesco (R$ 465 milhões), Banco do Brasil (R$ 208 milhões) e Itaú-Unibanco (R$ 88 milhões). Só para citar algumas”, pontuou.
PIOR PARA ELAS
De acordo com Bobô, se a reforma da Previdência é ruim para todos, é muito pior para a aposentadoria das mulheres. Ao impor a idade mínima de 65 anos para todo mundo, o governo não considera a dupla jornada feminina (às vezes tripla, quando a mãe também estuda). No emprego urbano, a mulher trabalhará mais cinco anos. Se for servidora pública ou trabalhadora rural, mais dez. Se for professora da educação básica, mais quinze.
Para o deputado, a reforma ignora o trabalho doméstico socialmente realizado pelas mulheres e que são menos remuneradas que os homens. Para as mulheres negras, a situação é pior. Não considera a trabalhadora doméstica, que só há pouco tempo teve sua atividade regulamentada. Desconhece que as professoras da educação básica têm aposentadoria especial pelo desgaste físico e psicológico, piorado pelas condições precárias da educação pública.
“É por tudo isso que saudamos as mulheres brasileiras e nos juntamos a elas por uma sociedade mais igual e mais justa socialmente”, declarou.
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