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Esporte, trabalho, desenvolvimento e inclusão social

Esporte, trabalho, desenvolvimento e inclusão social | Deputado Estadual Bobo

Com PL de Bobô aprovado, torcida do Bahia é patrimônio cultural

A partir de hoje é lei. A torcida do Bahia é patrimônio cultural e imaterial do estado. Por unanimidade, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto nº 21.779/2016, do deputado estadual Bobô (PCdoB). “Fico feliz em ver que todos os colegas votaram sim, pois é de grande significado para uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do Brasil. Me baseei na Constituição Federal e em estudos sociológicos e antropológicos que mostram como o futebol adquiriu importância na construção da identidade do nosso povo. Milhões de torcedores tricolores merecem”, celebrou o parlamentar e o maior ídolo da história recente do clube.    

 

Para Bobô, a lei instituída reconhece a grandeza de um clube de futebol que a cada ano ganha mais torcedores e admiradores. O comunista também justificou seu projeto com base nos critérios estabelecidos pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia).

 

Entre os argumentos que justificam a matéria, o comunista mostra pesquisas sobre a importância do futebol para a nossa sociedade, como no livro “Futebol e identidade social: uma leitura antropológica das rivalidades entre torcedores e clubes”, onde o autor Arlei Sander afirma que a modalidade esportiva pode ser vista como uma linguagem e falar sobre o futebol é uma forma de versar sobre o País e sobre a identidade nacional.

 

Também mostra que durante jogos da Seleção e dos times do coração, pessoas se reúnem, expressando suas alegrias e angústias, dependendo do resultado. Segundo a professora no Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), Simoni Lahud Guedes (autora dos livros O Brasil no campo de futebol e Nações em campo), a antropologia explica essa construção através do surgimento da concepção de que o futebol brasileiro reproduz as qualidades e defeitos do seu povo.  

 

O deputado resgatou ainda o escritor e sociólogo Gilberto Freyre, no prefácio do livro “O Negro no Futebol Brasileiro”, quando descreve a importância do futebol para a história contemporânea do Brasil. Segundo Freyre, “o esporte trazido da Inglaterra pelas elites se arraigou na população que tomava as cidades. Tornou-se um elo em comum para as massas. Mais do que isso, ajudou a quebrar barreiras sociais e raciais, nas arquibancadas e nos campos”. Ele identificou o futebol como protagonista em mudanças políticas, econômicas, sociológicas e antropológicas. “O que acontecia em campo e nas arquibancadas era influenciado pelos rumos do País e ajudava a reger o caminho”, enfatiza.

 

A matéria também pega a contribuição do jornalista Leandro Stein, cujo texto mostra o futebol presente na literatura, no cinema, na dramaturgia e na música, além de ter sido reverenciado por grandes escritores brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Vinícius de Moraes, Ariano Suassuna, Luís Fernando Veríssimo, Fernando Sabino e João Ubaldo Ribeiro, entre outros. 

 

O Bahia e sua torcida

 

No projeto, o deputado mostrou que o futebol, e todos os elementos que o compõem, se encaixa como um bem cultural imaterial. No Nordeste e na Bahia, o Bahia constrói ao longo dos anos uma história vitoriosa e identificada com os baianos. Bobô resgata um pouco da trajetória do clube, desde a sua fundação, em 8 de dezembro de 1930, passando pelo primeiro título, em 1959, suas glórias regionais, até o período mais recente, com a conquista do Brasileiro de 1988.

 

Ao falar da torcida, o deputado lembrou da recente revolução democrática que tomou conta do clube, com milhares de torcedores votando pela primeira vez para escolher o seu presidente. O documento revela que a Nação Tricolor é considerada uma das maiores do País, ficando em 12º lugar, com uma média de 3,4 milhões de torcedores. 

 

O comunista resgatou ainda o artigo "Futebol, o patrimônio imaterial da Cidade Maravilhosa: o carioca e sua fome de gol", onde Dan Gabriel D’Onofre, Juliana Gomes Barbosa e Luciana Fernandes mostram como a torcida se constitui em um bem cultural imaterial no contexto do futebol. O texto foi publicado na Revista Itinerarium, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Segundo eles, torcer é uma paixão e a influência familiar atua como fator preponderante na escolha de um time para um futuro torcedor. Muitas vezes, é uma herança passada de pai para filho. Isso reforça a ideia de que o futebol está inserido em nosso imaginário como fator de identidade cultural e é propagado de geração em geração, constituindo dentro de nossa sociedade um valor histórico patrimonial.

 

Que as torcidas nada mais são que segmentações da sociedade em coletividades individualizadas e compactas. Que o torcedor é individuo no seu modo de torcer, vibrar, sofrer pelo seu time. Porém, que sente a necessidade e encontra prazer em se identificar como grupo com outros indivíduos de igual interesse que juntos se unem em prol de algo maior. Esse mesmo torcedor encontra muitas vezes no jogo, a alegria, realização ou sucesso que não consegue em sua vida pessoal. 

 

O time passa a representar uma parte da sua vida que dá certo, o torcedor se identifica como parte daquele todo que é o clube e assim pode se relacionar com aquele sucesso, lembrança ou sensação de origem que o time simboliza, encontrando nele uma forma de catarse. Até mesmo por experiência própria concordamos que esses símbolos carregam mais significações na sua memória. 

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